quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Incoerências



A festa seguia normal, porém uma das convidadas estava incomodada. Normalmente as pessoas de bem ficam incomodadas com a bebedeira. Mas apesar de não ser alcoólatra, a falta de bebida levou-a a precipitar a ordem natural dos acontecimentos.
Convenceu o próprio pastor da igreja a providenciar 120 garrafões de vinho pra agraciar aqueles que literalmente já haviam “tomado todas”.

Em uma das celebrações relembrando a ultima ceia em que eu participei, o pastor fez questão em observar que o “vinho da época” tinha fermentação diferente de hoje e por isso não embriagava...
Alguns pastores não leem. Se Noé, Ló tomaram porre e Salomão menciona os resultados nocivos do abuso, qual vácuo de história da fermentação ocorreu no primeiro século que eu perdi?

Longe de mim está o incentivo a qualquer vício.
Longe de mim está o pensar que um burro não pode falar, que um feiticeiro não pode se manifestar em louvor a Deus ou que aqueles que têm um modo correto de agir estão livres de desventuras.
Incoerências se evidenciam ante os olhos dos que se abrigam nas trincheiras da teoria litúrgica. Estes orgulhosamente nunca sofrem nada, na mesma proporção que ninguém chuta um cachorro morto.
A leitura da Palavra é fundamental.
A compreensão da situação é necessária.
A coerência consiste na forma de aplicação.

Cuidado nas configurações!

Tava mt escuro qdo tocou o alarme e logo vi q foi sacanagem de alguém q programou o treco prá me ferrar na madrugada. (Ou será q tava configurado pro horário de verão e eu não sabia?)
De qqr forma eu não me estressei pq havia feito isso mts X prá qm vacilasse e deixasse o cel dando mole em qqr lugar. Troco merecido.
 Até me animei pq a música q botaram pro alarme era porrada. Sonzeira de sintetizador num volume absurdo. Aí q me dei conta q não poderia ser o meu cel, mas o corporativo q tinha pego há 2 dias atrás.
2 dias? Parecia q eu tinha dormido uma década. Sono mt pesado.
Esse negócio de não usar os óculos pra contar gotinhas de clonazepan a fim de rebater síndrome de pernas inquietas só poderia ter dado nisso! (Isso é vocabulário de véio – vai se acostumando)
Deduzi q de fato só poderia ter exagerado no vinho, pq o mano tava acordando junto comigo. E mais outra galera.
Cara. Q sacanagem bem bolada. Alguém q não bebeu só pode ter botado o despertador no surround sound pra dar aquela volumeira e acordar geral (como eu não pensei nisso antes?) e isso td  com uma imagem 3D animal.
Mas não entendi como o 3D tava funcionando sem os óculos e pensei q o novo cel tb projetava holografia. Logo pensei em procurar tutorial no youtube pra aprender a usar o aplicativo.
Caraca! A empresa caprichou no cel corporativo e não deu aqueles porcaria da LG.
De cara não consegui lembrar se eu já tinha baixado aquele vídeo – uma mistura de exército com banda de rock em animação irada. Alguns soldados do tipo medieval bombado  e músicos com parafernália total – td wireless. O figurino maneiro de roupas de led já tinha me passado pela kbça nos bons tempos da banda.   Só não consegui entender como o Beto tava na batera naquele vídeo, se ele já #partiupraoutra numa zica de trânsito! Tive q admitir q ele tinha melhorado mt na pegada e o set de pratos reluzia como nunca.
Claro. Os caras q editaram o vídeo deram um trato na imagem e no áudio.
Se não bastasse achar sinistro levantar depois de dormir e não precisar mijar, já participando do festerê encontrei outro amigo mt mais distinto e aí caí na real. Não era vídeo!

O Cara voltou!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tronco


Provavelmente aquele tronco de árvore era usado pelo ferreiro para demonstrar a qualidade e o fio dos seus machados, mas para o velho guerreiro serviu como um sofá de uma sala de espera.
Esperas sempre são difíceis. Incompreendidas. Indefinidas. Irritantes. Intoleráveis.
Mas o tronco ofereceu o conforto necessário. No duplo sentido da palavra. Conforto. Consolo. Comodidade.
Entre o aparente antagonismo do ”i” de insuportável o inexplicável “c” culmina curiosamente,  numa conveniente calmaria para concatenar conclusões.
Ainda assentado puxou com dificuldade sua espada da bainha, observando um lastimável estado. Outrora afiadíssima, agora mostrava marcas de golpes em outras espadas. O brilho nos combates, agora inibido pelo indício de ferrugem da inatividade.
Algo dentro dele contribuía com coragem.  Esperanças que o levaram de volta ao ferreiro que a forjara. Porém, o vigor das suas mãos já não respondia convenientemente na empunhadura e a espada voltou para dentro da bainha.
Em suas mãos também havia marcas. Cicatrizes que contavam calorosas vitórias.
Sempre combateu o inimigo de frente, mas a proteção da couraça limita-se ao peito e isso não impediu de sofrer nas costas os golpes mais doloridos: os dos próprios companheiros de batalha.
 Incisões da indiferença, inaptidão, imprudência, impropérios imerecidos, inveja, irracionalidade, ira incauta ou induzida. Indignado imaginou-se imerso em imposições imundas.

Com cordialidade, o tronco contribuiu calado. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Na mosca!

Cansado de ser incomodado por uma mosca que me perturbava em meu  quarto durante a recapitulação de psicologia, abri a janela para que ela saísse.
Foi um grave erro. 
Um enxame de outras adentrou fazendo um show alucinante de acrobacias ameaçadoras ao meu redor. E eu não consegui entender o motivo – havia tomado banho e escovado os dentes, além de outros detalhes de higiene íntima de descrição desnecessária.
Eu já havia chegado à conclusão de que todo professor de psicologia necessita impreterivelmente de tratamento psiquiátrico. A insanidade de Freud, Piaget e Vygotsky deve ser contagiosa e eu hesitava entre o entender a aula do dia ou vacinar-me com algumas doses de leitura de Tio Patinhas.
Mas a mosca era persistente e me convenceu a abandonar a recapitulação. 
Foi o grave erro dela.  
Sou hábil em capturá-las.
Assim que a nocauteei, tive o cuidado de prendê-la na esquadria da janela com fita adesiva transparente e descarregando meu descontentamento pelo inconveniente, peguei uma lupa fazendo o sol convergir seus raios e fritar o inseto de forma a encher meu quarto com o cheiro da vingança.
A reação imediata da Esquadrilha de Belzebu* foi bater em retirada. Nem me passou pela cabeça que isso poderia ser um repelente tão eficiente.

*do nome hebraico Ba’al Zebub considerado o Senhor das Moscas


CONCLUSÕES

1 – Higiene é importante, assim como o silêncio. Boca fechada não entra mosca.
2 – O estudo da psicologia não afugenta pragas.
3 – Quando algum semelhante fritar ao seu lado, fuja!
4 – Continue mantendo a sanidade lendo Tio Patinhas.

5 -  ... nem pra mim mesmo interessa qual é o quinto ítem!

domingo, 14 de setembro de 2014

Comentários em jornais

Tenho emitido opinião comentando notícias de jornais.
Desta vez o título “Como se decapita o Estado Islâmico?me chamou a atenção e não resisti...



A decapitação acontecerá na esfera espiritual. Os militantes do ISIS se manifestam convictos das bênçãos do islamismo. Porém não percebem que estão usando máscaras nos vídeos.
Ora. Se usam máscaras é porque tem medo de serem reconhecidos e mortos. Se eles tem medo é porque sabem que o seu deus não tem o poder suficiente de protegê-los - se tivessem certeza desse poder não precisariam usar máscaras!
E aí é que mora a decapitação do EI. Há sim um Deus mais poderoso, e diante dEle, máscaras ou armas não significam nada.Para tudo há seu tempo e propósito perfeitamente desenhados. Até para a reflexão: Em quem nós confiamos?

É tempo de mostrar o rosto para salvar pessoas em nome de Deus. E não precisamos ir às distantes areias do oriente médio. Nessa terra que tem palmeiras onde canta o sabiá, também há quem esfole vivos trabalhadores e empresários, arrancando o couro com a altíssima carga tributária que alimenta a corrupção. A máscara dos programas sociais também não deixará isentos os gestores eleitos por urnas programáveis. A intervenção na esfera espiritual também virá para estes. A nós cabe aprender com os muçulmanos a orar e adorar 5 vezes ao dia, intercedendo pela nossa nação, ao Deus que realmente tem o poder em suas mãos.

Comentários ativados???

Espero ter conseguido ajeitar a possibilidade de postagem de comentários.
Peço desculpas aos leitores e tento justificar-me:

Até meus 5 anos não tive sequer energia elétrica em casa.
A iluminação era na base da "funzellampe"  (lampião de luz fraca).
Com o agravante - ou agraciado - de só saber falar em alemão também até os 5 anos, interagir tornou-se um desafio desde cedo. O que dizer então da linguagem virtual?
Tenho visto o sofrimento de pessoas com dificuldades porque cansaram de tentar acompanhar a evolução tecnológica - que está aí para facilitar!?!.
Tenho certeza absoluta que nasci na pior época da história nesse contexto.
Poucas décadas antes de eu nascer, a carroça era o meio de transporte usado por séculos. E não havia necessidade de ler extensos manuais de uso de conectividade dos comandos bluetooth do condutor.
Bastava berrar: "Eeeeia baio!"
E isso funcionava tanto para carroças brasileiras, alemãs ou japonesas.
E agora vemos uma sucessão de inovações - embora continuem todos ainda criminosamente usando motor de explosão interna inventado no milênio passado.
A comunicação era olho no olho. Hoje vejo pessoas desesperadas, desconectadas porque esqueceram o carregador do seu dispositivo de acesso à net - e tento ajudá-las via mensagens de celular...
A luta para manter-se informado em qualquer área de atuação, requer a leitura de três publicações/mês, pertinentes, e o número crescente de informações específicas dobra a cada quatro anos. Ou seja: daqui oito anos será necessário ler doze publicações mensais para manter-se atualizado em sua área de atuação
Esses são dados que eu tive acesso há um ano atrás, e portanto já estão desatualizados...


Fico muito contente por ter nascido numa época em que existiam famílias, e ali aprendi a confiar em orientações perpétuas.
Infalíveis mesmo, pois até a multiplicação da ciência já estava prevista.

https://www.bibliaonline.com.br/acf/dn/12


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Página em Branco

1 – Alfredo embrulhou seu lanche
2 – Beatriz usou como flanela para limpar a mesa de trabalho.
3 – Claudio riscou cinco linhas e iniciando com uma clave de fá escreveu um solo de baixo.
4 – Damaris, que exagerou no batom, carimbou um beijo.
5 – Everaldo amassou e jogou no lixo.
6 – Fabíola dobrou, dobrou e exibiu seu pássaro de origami.
7 - Gustavo rabiscou alguns cálculos vetoriais como exercício.
8 – Helena escreveu um poema.
9 – Igor colocou sob o cárter evitando que o vazamento sujasse o chão.
10 – Jaqueline fez uma pipa.
11 – Kleber enrolou a erva para fumar seu baseado.
12 – Letícia tapou a fresta na janela por onde passava o vento.
13 – Marcos rasgou, mastigou e fez pelotas para atirar nos colegas.
14 – Nicole escreveu “VENDE-SE”.
15 – Otto observou e comparou com um novo dia.
16 – Paula escreveu uma carta.
17 – Quincas fez o que foi preciso. Foi a banheiro!
18 – Roseli deixou cair do alto da sacada para observar o balé ao vento.
19 – Sérgio tentou tirar cópias no velho mimeógrafo.
20 – Tamara forrou a prateleira do guarda-roupa.
21 – Ulisses transformou num mapa.
22 – Valéria precisava de um alvo para seu arco.
23 – Wanderlei forrou os sapatos para amenizar o frio.
24 – Xênia contornou sua mão como uma luva e coloriu.
25 – Yuri deixou ficar.
26 – Zélia levou ao cartório para autenticar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Samaritano trouxa!

 
 O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a caminhada no escuro da noite. Talvez sem perceber a fome o impelia a ir mais rápido. Porém ele sabia perfeitamente que em sua casa, seus filhos também amargavam a escassez de provisões.
Sua ida a Jerusalém não lhe rendeu o esperado trabalho e o coletor de impostos confiscou-lhe os últimos dois denários como tributo. Ganância corrupta.
O silêncio da estrada pedregosa e deserta o afligia na busca de desculpas a apresentar. Desculpas quando de fato sua única culpa era a de estar vivo.  Desculpas a apresentar por cuidar em satisfazer olhos famintos, quer seja dos filhos que o aguardavam ou dos soldados romanos junto ao coletor.
As vozes dos desocupados assentados nas rochas soaram solidárias. O semblante sombrio, ombros curvados e mãos vazias testemunhavam sua vergonhosa miséria e foi poupado. Poucas palavras trocadas reafirmaram seu infortúnio.
Os rápidos movimentos dos desconhecidos levaram-no a também esconder-se instintivamente nas rochas. Pareceu-lhe seguro o abrigo do incerto, pois o som de passos pesados aproximava-se. Arremessou a pedra com a força da angústia e do medo, antes mesmo de identificar o motivo. Mas os desocupados rápidos e hábeis já aliviavam o turco obeso de sua sobrecarga.
Depois da consciência perturbada pelo ocorrido, apossou-se na partilha de damascos secos, um pão e algumas moedas, concluiu em rápida evasão inspirado pelos comparsas encontrados pelo acaso. Estes levaram o alforje, iguarias e as roupas do mercador viajante, deixando-o inconsciente e nu.


O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a caminhada no escuro da noite.
Talvez o cansaço por permanecer assentado na coletoria o dia todo o impelia inconscientemente a buscar o conforto da sua casa. Talvez estivesse tentando apenas afastar-se da desconfortável presença dos soldados que como sanguessugas, pilhavam os estrangeiros alegando tributo a Cesar.
O silêncio da estrada deserta o afligia com o eco das palavras do galileu maluco que o convidou: “Mateus! Venha comigo”.
O trabalho abjeto, porém amparado pelas bênçãos de Júpiter sob a guarnição de lanças e espadas, lhe permitia chegar ao lar abonado.  O bom sustento dos seus e a posição social mascaravam um sentimento de dever cumprido, dentro da legalidade. Mais aceitável que as ideias do nazareno maluco.
No caminho, saudações cordiais das autoridades religiosas confirmavam o famigerado escalão social, assim como o abraço da esposa e dos filhos ao entrar pela porta.

  
O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a caminhada no escuro da noite.
Foi comprar grãos recém-moídos pelo vizinho e que ainda precisavam ser preparados e transformados em pães. A lenha aquecia ao crepitar dos gravetos iniciando o fogo. Logo o forno estaria quente.
Mesmo que não houvesse hóspedes, as lâmpadas precisavam ser abastecidas em prontidão caso algum cliente ainda surgisse.  A difícil esperança do incerto.
Alguns levando mercadorias de Gaza a caminho de Decápolis. Outros vindos da Pereia e que perderam tempo na travessia do Jordão, preferindo descansar antes de subir até Belém.  O caminho pedregoso, convenientemente evitado ao anoitecer.
Ele preferia que não houvesse mais espaço vago, mas concordou em auxiliar o samaritano que estacionou seu animal frente à pensão rogando ajuda. Talvez até preferisse hospedar o burro, tal era o estado imundo do turco.
Empoeirado, nu e ensanguentado. E obeso.
Não fosse o viajante antecipar o pagamento das despesas, teria deixado aos cães a tarefa de limpar os ferimentos.
Apenas a atenção fria e cordialidade comercial.
Experiências anteriores lhe ensinaram que calotes não alimentam a família e a generosidade nos serviços prestados raramente é reconhecida. Muito menos gratificada.
Remuneração de dois dias de trabalho, recomendações de cuidados e o compromisso assumido de arcar com despesas adicionais. E lá se foi o samaritano. Simples mas confiável.


   O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a caminhada no escuro da noite.
Como a fugir do asco do sangue e entranhas de animais sacrificados, do vozerio do povo em suas reivindicações e dos fariseus discutindo aspectos triviais de ritos num tom de vida ou morte. Dos vendilhões anunciando os melhores animais com argumentação do aroma mais agradável no altar de Deus, junto com o tinir das moedas confirmando o êxito de um embuste coletivo. Quiçá tentando iludir inclusive ao Todo-poderoso na barganha do perdão.
Amanhã seria outro dia igual aos demais. A mesma rotina. Os mesmos odores.
Mas hoje, após abastecer seu incensário, solicitou ao sumo sacerdote a permissão para ir a Jericó para visitar seus pais.  Deixou as brasas consumindo o incenso, encheu seu odre com água para a caminhada.
A estrada pedregosa e deserta mostrou seu perigo logo após a curva. A surpresa da visão do homem caído ensanguentado fez disparar os batimentos cardíacos e também a lembrança do cuidado de que o sacerdote não se deve contaminar ritualmente por tocar em mortos.
(Será que estava realmente morto?)
O ímpeto de afastar-se de impurezas o fez descrever um arco evitando a aproximação do impuro.
Não lhe seria conveniente dar atenção a um possível incircunciso. Tocar nele em prestação de socorro estava fora de cogitação. Talvez seus protocolos de atendimento emergencial remetessem a algum tipo de órgão público incumbido desse tipo de atitude.
Na falta de celular para ligar ao SAMU, seguiu seu caminho. Aquilo não era problema seu.


   O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a caminhada no escuro da noite.
Em linha reta sua ronda talvez se limitasse a meio dia de caminhada. Mas naquele caminho pedregoso e cheio de curvas, o cansaço aumentava proporcionalmente a altitude. Ainda bem que depois de sua folga, estava designado apenas a permanecer na guarda. Pilatos tentava fazer política de boa vizinhança com os judeus e por isso imaginou dias tranquilos com pouco a fazer.
 Por boa vizinhança nem sequer cumprimentou os desocupados sentados nas pedras à beira do caminho. Apenas olhares desconfiados aliados à confiança na espada e em seu treinamento militar.
“Deixe quieto”.
Os desocupados o acompanharam em olhar silencioso até desaparecer na curva.
Da mesma forma, mais adiante ignorou o homem que descia cabisbaixo. Uma atitude amedrontada daquelas não condizia com zelotes ou outros rebeldes.
Chegou a pensar em abordar um comerciante de especiarias que vinha a passos pesados. Mas isso poderia lhe causar mais perda de tempo do que lucro.
Mais adiante cumprimentou solenemente um sacerdote apressado.
Enquanto se assentava para ajeitar as correias das sandálias, viu descendo outro homem de olhar altivo. Primeiramente imaginou ser algum escriba, mas a resposta à sua saudação revelou ser um levita. De fato ele ainda não havia aprendido a diferenciar as aparências de um e de outro. Sempre confundia. Grande porcaria. Para ele, apenas farinha do mesmo saco.
Antes de chegar a Jerusalém, outro viajante chamou sua atenção.  Ao ser abordado, solícito, apeou do jumento para responder ao soldado seu destino. Samaria.
Não havia nada nesse último que o desabonasse e assim, continuou seu caminho.


   O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a caminhada no escuro da noite.
Não fosse ouvir um gemido moribundo, talvez fosse até tropeçar no homem caído. Absorto em pensamentos além do Jordão compondo com o ritmo do ruído dos passos no caminho pedregoso, sua surpresa culminou numa rápida e fria análise do quadro.
Os traços trácios o ligavam ao patriarca Javé, muito distante do seu patriarca Levi. O corpo ferido e caído confirmava que ele tinha ido além dos limites em expor-se.
- “Vacilão!”
O que leva um ser a vir de tão longe em suas ambições comerciais? Talvez até tenha merecido a surra...
Outra rápida olhada ao redor determinou a sentença da indiferença. Seria melhor ir adiante antes que ele se tornasse a próxima vítima dos salteadores. E sua ocupação não era a de socorrista. Afinal, ele já tinha mais de vinte e cinco anos.


   O céu cinzento parecia antecipar as horas naquela tarde sombria, levando o homem a andar mais depressa como a tentar poupar-se de uma chuva ou de concluir a jornada no escuro da noite.
Montou habilmente o burro e tratou logo de iniciar seu regresso. Sua pressa o fez esquecer-se de oferecer água ao animal antes de iniciar a viagem, mas lembrou da fonte jorrando junto às palmeiras em Jericó. Haveria tempo hábil para isso. Talvez até pernoitasse aproveitando para conversar com seu amigo estalajadeiro.
Seu plano precisou reajustes.
Como se não bastasse o tempo perdido com o interrogatório do soldado no caminho, os gemidos do homem ferido no caminho pedregoso o comoveram.
Usou a água restante do seu odre para reanima-lo e aliviar o ardor dos ferimentos. Colocou-o sobre o burro, cobrindo sua nudez com seu próprio manto de viagem e continuou cautelosamente.
Não havia como levar o estrangeiro junto para cuidar dele em sua própria casa. Ele precisava repouso e não o sacolejar no lombo do burro até Samaria. Preferiu deixa-lo aos cuidados do amigo, pagando com as moedas que tinha poupado para a viagem.
Ao passar pela fonte deixou seu burro saciar a sede enquanto enchia novamente seu odre.
Teria que apressar-se e continuar seu caminho. Não haveria dinheiro suficiente para ficar hospedado também.
O moageiro observou tudo de frente de sua casa e riu.

“Só pode mesmo ser um samaritano trouxa...”

Arte por encomenda

"A arte por si só, não precisa de explicação, pois ela é fundamentalmente criação do Criador" - Franky Schaeffer em VICIADOS EM MEDIOCRIDADE - W4 Editora.

Minha opinião é que a arte precisa interagir influenciando as pessoas. Acalmar os inquietos ou inquietar os acomodados. Como numa pregação. E isso requer mais inspiração do que transpiração.
E nesse contexto filosófico-ideológico, recebi a incumbência de pintar um quadro. 
Arte por encomenda.
Se é encomenda, há um prazo -  e a inspiração não te visita conforme a pressa. 
Apenas os detalhes: 0,80 x 1,20m. Ficará à mostra numa lanchonete de um hospital em Curitiba.

Por experiência própria, sei que a mente de alguém num ambiente hospitalar dificilmente pode ser alcançada. Por vezes a dor causa perturbação em um volume ensurdecedor. Mesmo a dos entes ou profissionais que acompanham o enfermo.
Da mesma forma que uma música por falta de conteúdo ou harmonia acaba se convertendo em barulho, um quadro quieto pendurado numa parede pode vir a ser apenas um borrão. Poluição.
E assim, a sequencia do raciocínio foi: lanchonete>alimento>custo. 
Acompanhar um enfermo sempre acarreta despesas inesperadas. Recursos nem sempre disponíveis. Seria ótimo ganhar o lanche. Mas a multiplicação dos pães não é um aplicativo de celular e para alguns, o próprio Cristo é pura invenção.Que diferença faz o fato dEle ter se importado com aqueles ao seu redor? Qual é o cristão que se importa com as pessoas ao seu lado numa lanchonete de hospital?
Trabalhei com comunicação visual por mais de 20 anos, 
Pintar quadros???
Lá se vai o dobro desse tempo sem pegar em tinta óleo para tela. 
E nos primórdios das pinceladas em tela, Seu Narloch me orientou: "Tela não é fotografia! Você precisa passar a ideia com poucas pinceladas. Adote um estilo - vale mais do que a assinatura".
Minhas telas passaram a ser pintadas em pinceladas apenas verticais e geralmente com uma fonte de luz que expande de forma concêntrica - não gradiente.

sábado, 6 de setembro de 2014

Barro transformado

SÉCULO XXII – Finalmente sou útil para alguma coisa. Meu local na prateleira do museu me permite a companhia de outras peças ilustres e quase diariamente há curiosos aprendendo algo comigo. Mas infelizmente não há mais sedentos que necessitem dos meus préstimos.

Século XX – Finalmente saí do longo período de escuridão do soterramento. As cócegas do pincel da arqueóloga me permitiram novamente ver a luz. Talvez eu volte a ser útil em saciar a sede.

Século X – Efetivamente não há mais esperanças. A poeira do deserto trazida pelo vento e fezes de morcegos me encobriram totalmente. Como já não bastasse a semiescuridão da caverna, agora totalmente soterrada não vejo perspectivas.

67 aD – A perseguição obrigou os fugitivos a me conduzirem para longe da cidade – e longe do tirano que espalhou o terror da morte entre alguns sectários. Não sei exatamente o que aconteceu ao meu amo. Talvez tenha escapado para algum local distante e preferiu me abandonar aqui. Ou sua sorte o tenha abandonado levando-o a compor as filas dos atrativos do circo romano.

32 aD – Ainda bem que um bando de pessoas apareceu e assim não fui esquecida. A mulher ficou tão deslumbrada com a conversa com o judeu a quem servimos água que saiu correndo e eu fiquei na beira do poço em Samaria. Com tantas outras pessoas no mundo, logo tive que ser comprada por uma samaritana desvairada...

433 aC – Depois de um longo período abandonada entre escombros, vejo novamente movimento de pessoas ao longe. Cautelosas porém esperançosas, trabalham reconstruindo com uma espada na mão. Um olho no trabalho e outro nos adversários.

722 aC – Meu inexpressivo valor é evidente. Fui deixada para trás enquanto que o
utras peças mais nobres – de ouro e prata - foram levadas para servir ao rei Salmaneser na Assíria. Para mim restou a solidão e o caos.

SÉCULO VIII aC – Extraordinariamente meus préstimos foram necessários para comportar azeite. Uma vizinha solicitou meu empréstimo em uma operação de estocar o líquido que não parava de jorrar de um outro jarro. Fiquei contente em saber que a venda do azeite quitou uma dívida e evitou que a viúva precisasse entregar seus filhos como escravos.

SÉCULO XII aC – Se eu não estivesse em bom estado estaria espatifada agora. Minha velha amiga de prateleira foi levada para uma batalha noturna e primeiramente usada para ocultar a chama de um archote e depois ruidosamente quebrada nas pedras para assustar o inimigo.

SÉCULO XVII aC – O trabalho foi exaustivo!
Não bastasse o viajante sedento pedir água, minha ama ofereceu-se para dar de beber aos seus 10 camelos. É incrível a quantia de água que um bicho desses bebe...

SÉCULO XX aC – Fui retirado do meu local de origem. Primeiramente cortado, depois amassado, cortado novamente em tiras, enrolado e depois de moldada fui esquecida por muitos dias a ponto de secar totalmente. Insatisfeitos, colocaram-me em fogo intenso. Após esfriar, fui duramente esfregada com pedras que removeram todas as partículas soltas ao meu redor e interior. Só então tive contato com água novamente. Mas minha natureza estava transformada. Eu não consegui mais absorver a água. Apenas armazená-la.

SÉCULO XXXX aC – Ainda sem forma, percebi que parte ao meu lado foi sendo retirada e moldada. Pés, pernas, tronco, braços, pescoço e cabeça. Ouvi um sopro e aquela parte movimentou-se e não mais a vi.Parece ter recebido liberdade de ir  para onde quiser. Ainda não sei se foi uma boa ideia.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Amigo


Quando você sabe que seu amigo está num momento ruim, mandar um recado por alguma rede social é muito fácil - e não deixa de ser importante. O mais difícil é escolher as palavras certas.
Mais difícil ainda é entender o "pano de fundo" da situação. Os verdadeiros motivos.
E na ansiedade de estender as mãos em socorro, alguns acabam usando os pés.
(E isso tem duplo sentido!)
Se os pés forem usados para ir de encontro ao amigo para não ficar restrito ao consolo virtual, então está melhor.
No meu caso, usei duas rodas.

http://www.youtube.com/watch?v=1SLXuiD6ovc

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Trincheiras


O calor escaldante o levava a buscar a sombra de algumas árvores.
Ainda bem que havia solo lavrado ali e àquela hora do dia pode ser aproveitada mesmo com sol quase a pino. É claro, com algumas paradas para enxugar o suor e molhar os lábios no cantil. Mas sem muita delonga por cuidar que a noite vem quando não se pode trabalhar. Cuidando também de não lançar apenas as sementes ao vento.
Semeando muito por não saber se estas ou aquelas sementes germinariam.
Talvez para não desencorajar os pretendentes, o instrutor foi modesto ao mencionar as pedras, espinhos e pássaros como empecilhos de boa colheita. Ele não mencionou as geadas, as formigas, o gado do vizinho que ocasionalmente rompe as cercas, o excesso de chuvas ou mesmo a possibilidade de sementes de baixa porcentagem de germinação.
O sol declinando projetava a sombra das árvores e a semeadura continuou em campo aberto.
Mais distante.
O lusco-fusco do sol poente obrigando a semicerrar os olhos revelou-lhe uma vala profunda. Chegara ao limite do campo arado e ao limite do labor do dia.
A vala pareceu um abrigo interessante para o frio da noite.
Inimigos rondavam e ir além requeria pelo menos o preparo daquele solo além-vala.
O vozerio inofensivo apresentou outros abrigados ali e foi devidamente acolhido. Dado as circunstâncias, aceitou de bom grado o conforto do lugar e um copo de água fresca oferecidos.
Junto com a luz do alvorecer o som dos pássaros que certamente, aos bandos, se alimentavam das sementes ontem lançadas o inquietou.
De forma agradecida, manifestou seu intento em sair para espantar os pássaros, porém uma senhora gentilmente segurou sua mão convidando para antes alimentar-se. O dia seria exaustivo e ele precisaria forças. Antes da lauta refeição, outro companheiro orientou o grupo em como remover pedras num campo, permitindo seu cultivo. Informação necessária para iniciantes e ele concordou e assistiu silenciosamente imitando o respeito dos demais.
Com a alimentação inicial e as orientações detalhadas, o sol já refulgia em seu calor máximo, sendo prudentemente orientado a permanecer abrigado. E assim findou seu dia. Improdutivo.
Na manhã seguinte, ventos sopravam com força acima da vala, indicando que a chuva chegaria e a capina não traria bons resultados: haveria lama impedindo o rastelamento e consequente rebrota. A sábia opinião dos companheiros presentes foi investir o dia trabalhando na melhora da drenagem na vala para que os abrigados não sofressem danos em seu refúgio.
Além da drenagem, outras importantíssimas providências ocuparam o grupo e após algumas semanas, o semeador lembrou-se do campo onde havia plantado. Na dúvida entre preparar o terreno além-vala, optou por retornar ao campo onde as sementes lançadas já haviam germinado e tomavam corpo com forma definida. Entretanto, inços igualmente se formavam remetendo a oportuna lembrança do instrutor que considerou: “Arrancar as ervas daninhas formadas danifica o sistema radicular da cultura pretendida e assim, é preferível deixar ambas crescerem e fazer a seleção dos grãos após a colheita”. Se o cuidado de evitar o desenvolvimento do indesejável tivesse ocorrido no tempo devido, teria evitado perda de produção, pois as ervas daninhas demandam nutrientes do solo e tomam espaço físico importante.
Pelo menos duas vezes por semana a devida remoção das pedras no preparo do plantio era relembrada de forma efusiva e ostensivamente apontada como a parte mais importante do processo. Diferente da preocupação de outras valas que apontavam outros cuidados heréticos no cultivo. O zelo em importar-se com os companheiros chegava ao limiar de desprezar o contato com outras valas, quase mais inconvenientes do que os campos abandonados.
A própria colheita foi desconsiderada. “A uns cabe arar, outros semear, a outros regar e a outros colher”. Sábias palavras.
Após alguns anos e algumas mudanças administrativas na vala, a obesidade do semeador gritou-lhe ao retorno.
Porém seu campo outrora arado agora era inviável. Totalmente tomado por arbustos e árvores, tornara-se um desafio intransponível.
Ele agora só sabia a teoria da remoção de pedras.

E não tinha mais sementes...

TEM RAZÃO!


É curioso e quase incompreensível o fato de que certas mentes não conseguem se adequar à evolução do sistema e se reciclar frente a fatos visíveis e palpáveis.
                Os jovens fogem a essa regra por terem uma ótima percepção, com mentes frescas e educação inovada, embasados tecnologicamente. Logo percebem que as ideias dos pais – ou padrastos em sua maioria – são obsoletas. Com princípios de sabedoria antiquada, e por que não dizer até “fora da casinha” para soluções atuais. É incrível o que o passar dos anos faz na mente das pessoas, criando uma crosta de obstinação baseada na vivência. A maioria desses tutores ainda piora o quadro na persistência ridícula do “obedeça aos mais velhos”. A escola por ser socialmente entendida e aceita como uma extensão do lar incorpora esse autoritarismo atribuindo aos professores um status de superioridade, e os jovens tem razão ao se insurgirem, pois de fato são apenas bonecos nas mãos de um sistema educacional podre.
                A era industrial trouxe um benefício especial para as mulheres, permitindo-lhes atribuições mais honrosas do que ser a escrava da casa. Empresária de sucesso ou atendente de telemarketing tem agora o seu espaço na sociedade com seu próprio sustento e podendo comprar livremente adereços, maquiagem ou uma bolsa nova sem passar constrangimentos. Independência!
 Isso também as isentou da sina da barriga no tanque ou pilotar o fogão. A educação da prole fica mais adequada em creches do Estado. Os filhos são assim logo inseridos na sociedade moderna. Em caso de necessidade de alguma correção, há órgãos competentes como o Conselho Tutelar ou FEBEM que são aptos e responsáveis para aplicar procedimentos corretos na adequação da conduta. Essa independência é fator importante para evitar os laços eternos de uma relação afetiva com homens. É incrível o que uma assinatura num papel de cartório pode causar de estragos ao ego. Elas têm razão ao optar por produção independente de filhos, dando-se o direito de namorar ocasionalmente como e com quem lhes convém.
Frente a essa descrição, tem razão aqueles que dizem que num casal o “cabeça da família” tem merecidamente a última palavra nas discussões: “Sim senhora!” 

                É comum discípulos observarem no decorrer do tempo que os mestres incorrem em orientações que extrapolam a irracionalidade. Mesmo os mais conceituados. É óbvio que ao invés de ficar dormindo em fuga das suas responsabilidades, Jesus deveria ajuda-los nos remos durante a tempestade. Pedro tinha toda a razão em sacar sua espada em defesa dos interesses do novo reino no Getsêmani. E o que dizer então da intenção de alimentar milhares apenas com cinco pães e dois peixes??? 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Profetas

O profeta – um desses que existe aos montes por aí – observou atônito pelas costas o estado lastimoso de uma mulher que agachada entre os arbustos catava um gafanhoto.
Aproximou-se e cheio do espírito e dedo em riste anunciou!
                - Eis que te digo: O Sol da Justiça brilhará sobre tua vida. Deus tem um grande plano para tua vida.
A mulher levantou-se e surpreendeu o profeta ao apresentar sua face barbada. Sem mesmo ter se recuperado do primeiro susto, o profeta viu horrorizado aquele ser mastigar e engolir o pobre inseto.
                - Arreda satanás! Em nome de Jesus eu te repreendo! Saia daí!
O profeta percebeu ter cumprido sua missão de libertação ao ver aquilo arrotar, sorrir e afirmar:
                - Jesus. Ele é o Filho de Deus.
A voz era de um homem. Talvez os cabelos longos o tenham confundido, mas aquelas roupas eram certamente inadequadas. Miseráveis.
Alegremente o profeta continuou orientando o neófito ensinando que o crente deve ser cabeça e não a cauda. As escrituras lhe garantiam inúmeras promessas de vitória e o segredo de uma vida próspera, bem sucedida está na generosidade das ofertas. “Dai e ser-vos-á dado boa medida, recalcada, sacudida, transbordante”.
O estranho não dispunha de alforje, mas alegremente ofereceu-lhe um frasco contendo mel silvestre.
- “Na mão direita, a sabedoria garante a você vida longa; na mão esquerda, riquezas e honra”, citou o profeta. Evidentemente aquele ser humano precisava de uma vida digna, e convidou-o a frequentar cultos. Pensou em recomendar-lhe o uso de terno e gravata como convém a um embaixador do Altíssimo. Mas contentou-se a recusar o convite do estranho a presenciar um ritual num rio onde um Nazareno seria submergido.
Pobre homem.
A ligação entre demônios e águas é lendária e assim a origem de toda a sua perturbação mental estava explicada. Seu encarceramento foi justo por ter acusado uma autoridade instituída por Deus. Ou teria sido uma oportuna correção divina por ter xingado os lideres da igreja chamando-os de raça de víboras.

Mas o profeta ficou satisfeito por acertar sua revelação prenunciando a honra ao estranho, pois mais tarde soube que a sua cabeça foi oferecida em um prato a uma rainha.

Viajar de moto

Na primeira oportunidade em que sobrou uns trocos, comprei uma RX 125 Yamaha. E nunca mais fiquei sem moto.
Mas com todo histórico de ser muito perigoso, nunca ousei viajar - ou nunca me dei o tempo para isso.
No final de 2008, resolvi ir um pouco além das pequenas fronteiras geográficas que conheci de carro ou ônibus. 
O resultado foi duas perguntas atrozes que esmagam a mente constantemente: 
Porquê fiz isso? - (A vontade de ajeitar a mochila e ir novamente é quase insuportável)
Porquê não fiz isso antes?  
Entre outras coisas, aprendi que a vida é resultado de oportunidades e escolhas.
Oportunidades - boas ou ruins - são dádiva de Deus e nos ensinam.
Escolhas são nossas - boas ou ruins - e implicam em consequências.

A música do vídeo é do grupo
Vencedores por Cristo

Toda estrada leva a algum lugar
Mesmo que não seja onde se quer ir
É preciso escolher, é preciso decidir
Ver a direção e então partir

Viajar, a alegria a cada dia,
Viajar, ter a paz por companhia,
Viajar, ter socorro sempre perto
Só Cristo é o rumo certo

Viajar, descobrir o que é a vida.
Viajar, segurança em toda via
Viajar, nunca mais estar sozinho
Só Cristo é o caminho

Viajar, a alegria a cada dia,
Viajar...

Viajar, descobrir o que é a vida.
Viajar...

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