Essa é a segunda parte de um livro que mistura relatos de situações que presenciei em templos e as devidas sugestões para corrigir os problemas na comunicação constatados.
Quando percebi que frequentar a igreja era, para mim, mais que um hábito formado em um lar cristão, eu já estava com mais de 12 anos. Com esta idade, achava engraçada a forma com que certos pregadores se expressavam, principalmente o tom de voz que usavam. E assim, por muito tempo, achei isso normal, ou parte dos costumes de determinadas denominações. Talvez, por morarmos em uma cidade interiorana, meus pais frequentavam cultos onde houvesse, sem se importar com a placa denominacional e assim aprendi ignorar as barreiras denominacionais. Até hoje não entendo por que elas existem. Apenas entendo que, se há diversidade de formas de culto, é porque também há diversos gostos e diversas formas de expressão. E não é apenas a forma de culto que
eu gosto que seja necessariamente a que agrada a Deus.
Entretanto, com o passar do tempo, comecei a observar que há algo de errado em alguns sermões. O mais notável é a distância daquilo que o pregador fala, em relação à forma como ele vive. Quanto mais ele fala do que não pratica, menos se aproveita da prédica.
Em muitos casos, os políticos têm caído no descrédito pelo mesmo motivo. E para conseguirem convencer e enganar mais uma vez os seus eleitores usam de uma entonação exagerada para dar mais emoção e realismo aos seus discursos. Até hoje eu não descobri quem está copiando quem nessa forma característica de falar, semelhante a um locutor esportivo narrando uma partida de futebol e que usa um tom agudo de voz quando o lance está próximo do gol.
Entre perceber que há algo de errado na forma de falar usada nos púlpitos e conseguir mudar isso, encontrei algumas dificuldades:
1- Dificilmente um pastor aceita sugestões, por melhores que elas sejam. Em sua mente, é o pastor que deve dizer como as coisas devem funcionar e não as pessoas comuns orientarem o pastor.
2- Eu sou apenas uma voz de uma cidade do interior. Parece que o conteúdo deste livro* ainda não faz parte do currículo das inúmeras escolas de teologia que formam pregadores em todo o território nacional.
3- A grande maioria de aspirantes ao pastorado espelha-se em algum pregador que também já copiou gestos e entonação de outro pregador.
4- Aprender e usar nova metodologia requer empenho e devido a isso, alguns preferem ficar com os maus hábitos.
* - O conteúdo todo pode ser acessado no link
https://drive.google.com/file/d/0B3piYm8YEupYTFdURmlWT0NRRGs/view?usp=sharing