Por
motivos óbvios, na segunda-feira o duodeno resolveu fechar as portas. Afinal de
contas, trabalhou intensamente no sábado à noite e no domingo. Nada mais justo
do que uma folga.
Como
todos os templos duodenianos, ainda teria uma reunião de diretoria na
terça-feira à noite e reunião das células na quarta-feira.
Nesse
momento, a vesícula percebeu a aproximação de uma porção gordurosa e se
contraiu expelindo a bile pelo ministério do colédoco.
Como
não havia recepção pelo duodeno, o colédoco resolveu entregar a bile
diretamente aos cuidados do estômago para antecipar as coisas. Mas a reação do
estômago foi raivosa.
- Isso lá é coisa que se faça? Tá jogando contra o time agora? Ordem e decência são
a serventia da casa!
Desgostoso
com a situação o estômago resolveu, em reunião do concílio, impor disciplina e
excluir tudo aquilo.
- Se essa desgraça veio por um caminho, por sete fugirá!
Mas
só havia o caminho do esôfago.
E
lá se foi a bile, a gordura, o feijão e o arroz rumo ao céu.
A
língua, por não ter papas na língua, com autoridade episcopal soltou o verbo ao
sentir o fel:
- Eca! Vocês aí em baixo só podem estar podres. Não é à toa que estou acima de
vocês. Os meus pensamentos são mais altos que os vossos pensamentos!
E vomitou.
E
com o feijão, o arroz e a gordura jogados corpo afora por nítidos motivos
heréticos, o intestino não teve nada a oferecer para a corrente sanguínea
causando letargia nos músculos. O pulmão precisou diminuir sua cota de trabalho
e assim também menos oxigênio pode ser levado ao cérebro e todo o restante do corpo...
E
se as diferentes denominações cristãs – mesmo com suas diferentes características
– agissem como o Corpo de Cristo?
Porque, assim como o corpo
é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo,
assim é Cristo também.
I Coríntios 12:12