sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Corpo

Por motivos óbvios, na segunda-feira o duodeno resolveu fechar as portas. Afinal de contas, trabalhou intensamente no sábado à noite e no domingo. Nada mais justo do que uma folga.
Como todos os templos duodenianos, ainda teria uma reunião de diretoria na terça-feira à noite e reunião das células na quarta-feira.
Nesse momento, a vesícula percebeu a aproximação de uma porção gordurosa e se contraiu expelindo a bile pelo ministério do colédoco.
Como não havia recepção pelo duodeno, o colédoco resolveu entregar a bile diretamente aos cuidados do estômago para antecipar as coisas. Mas a reação do estômago foi raivosa.
- Isso lá é coisa que se faça? Tá jogando contra o time agora? Ordem e decência são a serventia da casa!
Desgostoso com a situação o estômago resolveu, em reunião do concílio, impor disciplina e excluir tudo aquilo.
- Se essa desgraça veio por um caminho, por sete fugirá!
Mas só havia o caminho do esôfago.
E lá se foi a bile, a gordura, o feijão e o arroz rumo ao céu.
A língua, por não ter papas na língua, com autoridade episcopal soltou o verbo ao sentir o fel:
- Eca! Vocês aí em baixo só podem estar podres. Não é à toa que estou acima de vocês. Os meus pensamentos são mais altos que os vossos pensamentos!
E vomitou.
E com o feijão, o arroz e a gordura jogados corpo afora por nítidos motivos heréticos, o intestino não teve nada a oferecer para a corrente sanguínea causando letargia nos músculos. O pulmão precisou diminuir sua cota de trabalho e assim também menos oxigênio pode ser levado ao cérebro e todo o restante do corpo...

E se as diferentes denominações cristãs – mesmo com suas diferentes características – agissem como o Corpo de Cristo?


Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
I Coríntios 12:12
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